Por que Star Trek é melhor que Star Wars, e uma das melhores séries de astronomia e ficção científica da história

Uma das nuances mais marcantes de Star Trek, e que pouca gente percebe à primeira vista, é o clima constante de incerteza nos episódios. Não é como em muitas séries onde você sabe que os protagonistas estão seguros; em Star Trek, principalmente na série clássica, qualquer personagem pode morrer a qualquer momento. Isso cria uma tensão genuína — você realmente fica apreensivo. O único que parecia intocável era Spock, e mesmo assim não por invulnerabilidade na história, mas porque ele já aparecia nos trailers e nas imagens promocionais, entregando ao público que ele estaria vivo. De resto, o risco era real: oficiais “camisa vermelha” sabiam que uma missão fora da nave podia ser a última.

O gênio de Gene Roddenberry, criador de Star Trek, vai muito além disso. Ele não apenas inventou mundos e espécies, mas deu vida a culturas completas. O exemplo mais famoso é o povo vulcano, de Spock. Roddenberry, há mais de 50 anos e com tecnologia mil vezes inferior à atual, desenvolveu para eles uma língua própria (o vulcano), uma filosofia (o controle das emoções), costumes como o “Kolinahr” — ritual de purgação total de sentimentos — e até saudações icônicas como o gesto da mão em “Vida longa e próspera”. Tudo isso sem depender de efeitos especiais de última geração, mas de criatividade pura.

Agora, imagine Star Trek produzido originalmente com a tecnologia cinematográfica de hoje. Os efeitos visuais de última geração, somados a roteiros tão ricos e complexos, fariam um verdadeiro “7 a 1” na concorrência. Não seria apenas uma série de ficção científica; seria um espetáculo visual e intelectual sem precedentes. E é isso que torna Star Trek especial: ela já era brilhante na limitação, o que prova que sua força está no conteúdo e na visão de futuro — algo que nem a produção mais cara pode comprar.

NÃO FARIA MELHOR.

NOTA : 8